Com o intuito de fomentar o ecossistema de inovação direcionada às health-techs, o RAPS Teresina reuni todas as informações necessárias para que você – investidor, gestor de saúde ou entusiasta do empreendedorismo – possa conhecer a realidade do estado e compará-la a do restante do país.

Tais informações incluem desde as mais amplas e genéricas como as gestões empresarial, territorial e pública do Piauí, até as mais específicas como o posicionamento do Arranjo Populacional de Teresina como o segundo mais influente do país no que tange à atração exercida sobre outras cidades.

Regiões de influência

…que Teresina possui um respeitável Polo de Saúde, que atrai pacientes de todo o interior do PiauÍ e de estados vizinhos.

… essa atração exercida em relação aos municípios e estados vizinhos é a segunda mais importante do país, tanto em baixa e média complexidade, quanto em alta complexidade.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE – estuda e elabora relatórios, desde 1960, sobre a trajetória das Regiões de Influência brasileiras.

Com a publicação dos relatórios das Regiões de Influência das Cidades – REGIC – o IBGE estabelece as hierarquias e os vínculos entre as Cidades, bem como a delimitação das áreas de influência.

Sua elaboração é realizada com base em pesquisa específica, executada pelo próprio IBGE. Além disso, a caracterização da rede urbana também conta com o levantamento de registros administrativos úteis para a temática.

A pesquisa de 2018 dá continuidade aos trabalhos anteriores – publicados em 1972, 1987, 2000 e 2008 – atualizando, com a quinta versão da linha de pesquisa, o quadro de referência da rede urbana brasileira e contribui para a compreensão da evolução histórica do fenômeno urbano no País.

Tais estudos são úteis tanto para o planejamento da localização de investimentos e da implantação de serviços públicos e privados, que levem em consideração as relações espaciais que afetam o seu funcionamento, quanto como quadro de referência para pesquisas de avaliação das condições de acesso da população aos bens e serviços que lhe são disponibilizados.

Os dois componentes fundamentais para estabelecer tanto a hierarquia quanto a região de influência das Cidades são a atração exercida entre as Cidades próximas e as ligações de longa distância realizadas pela ação de instituições – públicas e privadas – presentes nos centros urbanos.

Para cada um desses componentes, uma metodologia específica é utilizada, com o propósito de tornarem compatíveis informações diferentes para a composição da rede urbana brasileira.

O REGIC classifica as cidades de acordo com as atratividades para compras, serviços de saúde, ensino superior, atividades culturais, esportivas e uso de aeroportos.

A hierarquia dos centros urbanos é dividida em cinco grandes níveis: Metrópoles, Capitais Regionais, Centros Sub-Regionais, Centros de Zona e Centros Locais.

Quadro 2 do Regic 2018 – Relação entre os grupos hierárquicos da gestão do território e a hierarquia

Fonte: IBGE, Diretoria de Geociências, Coordenação de Geografia, Regiões de Influência das Cidades 2018.

Você deve estar se perguntando: e qual seria a relevância e o posicionamento de Teresina e do Piauí nesse contexto?

O Arranjo Populacional de Teresina/PI é classificado como Capital Regional A e possui uma rede com elevado alcance espacial, se estendendo, além do próprio Estado, para o oeste e sul do Maranhão e adentrando em Pernambuco.

Mapa 20 do Regic 2018 – Arranjo Populacional de Teresina/PI. Capital Regional A

Fontes:  1. IBGE, Diretoria de Geociências, Coordenação de Geografia, Regiões de Influência das Cidades 2018.  2. ÁREAS dos municipios 2018. Rio de Janeiro: IBGE, 2018.  3. ESTIMATIVAS da população residente no Brasil e para as unidades da federação com data de referência em 1° de julho de 2018. Rio de Janeiro: IBGE, 2019.  4. PRODUTO interno bruto dos municípios 2016. In: IBGE. Sidra: sistema IBGE de recuperação automática. Rio de Janeiro, (2019). tab. 5938.

É interessante observar uma significativa área de sobreposição com a influência de São Luís, situada nos Centros Sub-Regionais de Caxias (MA), Codó (MA) e Presidente Dutra (MA), situação que se deve ao fato de essa série de Cidades ficarem, razoavelmente, equidistantes destes dois centros de referência que possuem a mesma hierarquia.

Essa dupla subordinação se forma em virtude de não haver dominância de um centro em relação ao outro, além de ser indício de os centros intermediários não apresentarem um conjunto de bens e serviços capazes de atender plenamente a população, que se vê obrigada ao deslocamento para as Capitais.

Temos por objetivo fazer uso de tais dados como ponto de partida para o aperfeiçoamento do entendimento do Polo de Saúde de Teresina e do ecossistema de empreendedorismo regional do Piauí, de modo a aperfeiçoar as abordagens para promover nosso crescimento e diferenciação.

Caso esse assunto tenha aguçado sua curiosidade, clique no botão abaixo para acessar o documento na íntegra:

Acessar o Regic 2018:

https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101728.pdf

Obs: documento de aproximadamente 98.2 MB

Deslocamento para serviços de saúde

A procura por serviços de saúde é um dos maiores motivos que geram movimentações de pessoas na rede urbana, saindo de seus Municípios e
buscando atendimento em outras Cidades. 

Entender sua estrutura espacial é uma das facetas fundamentais que dão forma à rede urbana e, ao mesmo tempo, é influenciada por ela. 

Como chegaram aos resultados?

O estudo foi composto por duas frentes de investigação: aplicação de questionários e informações do DataSUS.

Questionários

Na primeira frente de análise no questionário aplicado nos Municípios brasileiros os informantes deveriam indicar até cinco Municípios para os quais a população residente se dirige em busca dos serviços de saúde citados, sem considerar os serviços recebidos no próprio Município.

 O objetivo foi identificar apenas os deslocamentos realizados em busca de atendimento, visando traçar a relação entre Cidades e verificar centralidades que atraem população de outros Municípios com base nos serviços de saúde oferecidos.

Informações do DataSUS

Com o objetivo de auxiliar a compreensão dos dados trazidos pelo questionário, a segunda frente consistiu-se em evidenciar as centralidades existentes no sistema de saúde segundo informações compiladas pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde – DataSUS, do Ministério da Saúde.

O objetivo foi verificar, em termos de volume de atendimento e complexidade da oferta de serviços, a expressão territorial dos serviços de saúde no território brasileiro.

As semelhanças e diferenças nas centralidades geradas pela busca direta dos habitantes das Cidades brasileiras e aquelas produzidas pela localização dos serviços ofertados permite uma análise apurada da territorialidade da saúde para o conjunto do País, podendo ensejar a elaboração de políticas públicas voltadas para a melhoria dos serviços disponíveis para a população. 

Deslocamento para serviços de saúde de Baixa e Média Complexidade

Um dos itens do questionário abordou os deslocamentos para outros Municípios em busca de serviços de saúde de atenção básica e de média complexidade, conforme classificação do Sistema Único de Saúde – SUS. 

Tais serviços compreendem: consultas médicas e odontológicas; exames clínicos; serviços ortopédicos e radiológicos; fisioterapia; e pequenas cirurgias; dentre outros atendimentos que não impliquem em internação.

O resultado apresentou uma média de deslocamentos de 72 km para o País, com destaque para as cidades de hierarquias intermediárias, exceto nas regiões onde essas são menos numerosas. 

Em termos de atração populacional total, um conjunto de Metrópoles se destaca: os Arranjos Populacionais de Belo Horizonte/ MG, Belém/PA, Teresina/PI, Goiânia/GO, Porto Alegre/RS e o Município de Manaus (AM) são as seis principais. 

É visível, no mapa a seguir, os numerosos fluxos em direção aos Arranjos Populacionais de Goiânia/GO e de Teresina/PI, com influência sobre 95 Cidades.

Mapa 66 do Regic 2018 – Deslocamentos para serviços de saúde de baixa e média complexidade – Brasil

Fonte: IBGE, Diretoria de Geociências, Coordenação de Geografia, Regiões de Influência das Cidades 2018

Já considerando a atração específica para serviços de saúde de baixa e média complexidade, para as Cidades nas quais essa atração é muito maior do que a exercida para outros temas pesquisados pelo questionário, as únicas Capitais que se destacam são Manaus (AM) e Teresina (PI), conforme listado na tabela abaixo. 

Tabela 27 do Regic 2018 – Cidades com centralidade definida especificamente por deslocamentos para serviços de saúde de baixa e média complexidade – 2018

Fonte: IBGE, Diretoria de Geociências, Coordenação de Geografia, Regiões de Influência das Cidades 2018. Nota: AP = Arranjo Populacional.

As demais Cidades listadas são, em geral, de porte intermediário, indicando uma menor polarização exercida pelas Capitais e Metrópoles no tocante aos serviços de saúde de baixa e média complexidade.

Deslocamento para serviços de saúde de Alta Complexidade

Os serviços de saúde de alta complexidade compreendem tratamentos especializados com alto custo, envolvendo: internação; cirurgias; ressonância magnética; tomografia; e tratamentos de câncer. 

São numerosos procedimentos, mas tendo em vista que a pergunta realizada no questionário aplicado nos Municípios teve como informantes moradores não necessariamente especializados em tratamentos de saúde, alguns exemplos foram citados. 

Observou-se que a referência principal dos informantes foram as Cidades procuradas pela população para tratamento de câncer e cirurgias complexas. 

Como a distribuição dos serviços de saúde de alta complexidade tende a ser mais seletiva espacialmente, há maior concentração territorial dos fluxos para esse fim, implicando maiores distâncias a serem percorridas pela população. 

Diferentemente dos deslocamentos para serviços de saúde de baixa e média complexidade, cuja média foi de 72 km para o País, a busca por tratamento de alta complexidade totalizou mais que o dobro: foram 155 km, com profundas diferenças regionais quanto à concentração em centralidades especializadas.

Enquanto a média dos deslocamentos das Regiões Sudeste e Sul ficaram em torno de 100 km, nas quais os fluxos visivelmente se distribuem entre as Capitais e centralidades de menor porte presentes no interior, no Nordeste a atração das Capitais se sobrepõe e vai além das centralidades presentes no interior. 

Os limites da atração do Arranjo Populacional de Salvador/BA ultrapassam os dos Municípios de Feira de Santana (BA) e Vitória da Conquista (BA), e apenas se retraem nos limites da atração do Arranjo Populacional de Petrolina/PE – Juazeiro/BA.

O mesmo ocorre com os Arranjos Populacionais de Maceió/AL, sobrepondo-se à influência de Arapiraca (AL), o de Recife/PE, ultrapassando Caruaru (PE), o de João Pessoa/PB, cobrindo a atração dos Arranjos Populacionais de Campina Grande/ PB, Fortaleza/CE a Sobral/CE, e o expressivo caso do Arranjo Populacional de Teresina/PI, que não apenas cobre todo o seu Estado, mas se sobrepõe à influência do Arranjo Populacional de São Luís/MA, no centro-sul do Maranhão, chegando a atrair Cidades do leste paraense. 

A influência de Teresina/PI atinge 300 Cidades nas três ordens de frequência, maior número do País.

Mapa 67 do Regic 2018 – Deslocamentos para serviços de saúde de alta complexidade – Brasil

Fonte: IBGE, Diretoria de Geociências, Coordenação de Geografia, Regiões de Influência das Cidades 2018

Tabela 28 do Regic 2018 – Cidades com centralidade definida especificamente por deslocamentos para serviços de saúde de alta complexidade – 2018

Fonte: IBGE, Diretoria de Geociências, Coordenação de Geografia, Regiões de Influência das Cidades 2018. Nota: AP = Arranjo Populacional.

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